MEMORIAL DESCRITÍVO

Do meu nascimento até o ano de 2013 (um período de 15 anos) tive a vida "modo padrão", isto é: brincar, me sujar, se divertir, dormir até tarde, etc. Assim, começo a descrever minha trajetória a partir de 2013, pois deste ano até o presente momento vivi uma trajetória de fato autoconsciente, embora esta "autoconsciência" ainda seja tenha sido inicialmente de forma primitiva pois, como descreve Jean-Marc Berthoud:

Eu pertencia àquela classe de homens, tão comum hoje, que encontram a justificação de sua existência na intensidade de seus sentimentos.¹

De 2013 a 2016 foram o período de meu ensino médio (o período de 4 anos se deve ao fato de ter reprovado no 1°). Nunca fui de estudar e nunca de fato me preocupei, somado a isto comecei a me interessar por skate e pratiquei este esporte durante todo o período de quatro anos. O desinteresse pelos estudos e o interesse quase-obsessivo pelo esporte equilibraram a balança para minha reprovação. Neste mesmo ano iniciei um curso de capacitação para o mercado de trabalho no Instituto Mirim de Campo Grande que, por ter reprovado na escola naquele ano, não fui encaminhado, mas me deram a certificação. Porém, um fator especial mudou toda a trajetória de minha vida: minha conversão em meados de outubro daquele ano. Como recém convertido, tinha o peso de se tornar um bom exemplo e ser “sal” e “luz” às pessoas ao meu redor.

Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Paranada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;²

Este foi o fator de minha motivação para começar a estudar seriamente e passar de ano mas, como já dito, estava na reta final e não pude carregar o peso das notas baixas de todo um ano, reprovei em 6 matérias. Fiquei triste por ter reprovado, mas logo nos anos seguintes passei a estudar seriamente desde o início do ano até o final e conseguir a aprovação, além de conseguir uma bolsa universitária.

A igreja que frequentava se chamava “Sara Nossa Terra”. Há o verbo passado pois fui devoto até o ano de 2015, no início era completamente dedicado a ela mas, com o passar dos anos e com o conhecimento que ela mesma me incentivou a buscar, acabei por questioná-la, mas não falo de ateísmo, e sim de um “ceticismo teológico”, como foi Martinho Lutero para com a tradição católica.

Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias.³

Para contar uma nova linha do tempo, por curiosidade, no ano de 2013 queria me formar em arqueologia ou paleontologia por conta de uma novela que passava na época com esta temática. Em 2014 já estava com uma mentalidade mais empreendedora e de “coaching”: não me interessava em fazer um curso superior, queria ter minha loja de skate. Por conta do meu interesse em trabalhar com o skate, fiquei interessado em ter uma loja virtual e isto acabou me influenciando a me interessar por tecnologia assim, em 2015, queria fazer uma faculdade de design gráfico ou web design.

Voltando a linha temporal inicial, entre 2014 e 2015 Gabriel (meu antigo líder na igreja) e eu fomos “evangelizar”, isto é, convidar pessoas aleatória em ruas e praças para visitarem nossa igreja. No meio disto, meu líder acabou por encontrar uma pessoa que era ateu e os dois começaram a debater sobre a existência de Deus. Não me recordo do conteúdo do debate, mas lembro que aquilo me motivou a conhecer mais minha fé para estar preparado para situações assim.

Em 2015, antes de sair da igreja, já estava muito envolvido em debates de religião e ateísmo, o que me levou a conhecimento de teorias científicas como evolucionismo para diversidade biológica e modelos cosmológicos para o surgimento do universo. Com isto meus interesses em um curso superior mudaram para algo mais voltado para biologia e física, e fiquei em dúvida até o final do ano de 2016 entre qual das duas cursar.

No final de 2015 sai da igreja, comecei a trabalhar em uma petshop e permaneci nela até o início de 2016, consegui um estágio de nível médio na Procura Geral da Fazenda Nacional⁴ também no início de 2016: durante um período de 1 mês fazia estágio de manhã, trabalhava de tarde na petshop, e ia para escola de noite.

No ano de 2017 fui convocado para prestar o Serviço Militar Obrigatório, neste ano fui muito revoltado com o Estado e por conta disto me interessei mais por filosofia política, nos anos anteriores já tinha certo interesse por metafísica por conta da apologética (defesa da fé) que fazia nos debates de internet, mas nunca me interessei por outras áreas da filosofia. Politicamente me posicionava como conservador até final de 2016, durante 2017 virei anarcocapitalista por conta de minha raiva pelo Estado por estar me obrigando a prestar o serviço militar.

Durante o ano de 2017 meu interesse por tecnologia voltou e ao conseguir uma bolsa no Enem optei por Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Universidade Católica Dom Bosco, ganhei a bolsa mas não frequentei as aulas por estar servindo o quartel e simplesmente não fui justificar minhas faltas, perdi minha bolsa. No final do ano de 2017, ainda no quartel, fiz novamente o Enem para tentar a bolsa novamente para o próximo ano, consegui, e ao sair do quartel em março de 2018 iniciei o curso.

Atualmente, ano de 2021, me encontro cursando ainda Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Minhas posições[5] políticas, teológicas e etc. ja se fundamentaram após a leitura de muitos livros, que por curiosidade: no ano de 2016 li 41 livros, 2017 somente 18, em 2018 foram 43, em 2019 foram 22, em 2020 foram 12 e até o presente momento li 6 livros — minhas leitura podem ser conferidas em minha conta numa rede social, sobre leituras, chamada Skoob[6], e algumas também em meu repositório[7].

Quanto a religião, me considero teísta, isto é acredito em Deus, porém não frequento uma igreja, é mais uma posição filosófica do que um modo de vida como a de um cristão devoto. Em economia sou um “liberal antilibertario” ou simplesmente um liberal social (em oposição ao libertarianismo ou liberalismo clássico, ao conservadorismo que cultive esta crença, e claro ao marxismo), isto é defendo uma economia de livre mercado como a que existe atualmente no mundo todo (por oposição ao marxismo) mas não defendo uma economia de livre mercado sem os direitos do trabalhador assegurados ou com a crença do liberalismo econômico laissez-faire de que possa existir uma economia de mercado eficiente ou justo sem alguma manutenção mínima do Estado, mas isto não significa que eu me identifique com o keynesianismo, que também rejeito.

Enquanto o liberalismo econômico favorece os mercados sem restrições por parte do governo, afirma também que o Estado tem um papel legítimo no fornecimento de bens públicos, segundo [Adam Smith].[8]

Além das diversas outras posições possíveis dentro das áreas da filosofia (política, ética, epistemologia, mente, etc) e adepto e defensor das teorias científicas.

REFERÊNCIAS

1. BERTHOUD, Jean-Marc, Por que Eu Creio em Deus, Editora Monergismo, 2017. Acessado em: 14 Maio 2018.
2. Mateus 5:13,14.
3. John Blanchard, 1993, p. 132.
4. LANGHI,Ronilde, Edital - Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Acessado em: 03 Ago. 2019
5. Darlley Brito, Minhas convicções
6. Skoob @darlley
7. Repositório - Exercícios resolvidos
8. Wikipédia, Liberalismo económico